Do Livro de Ouro do Benfica,edição do Diário de Notícias,permito-me retirar um texto referente à estreia de jogadores do Glorioso em competições internacinais,ao serviço da Selecção Portuguesa.
«Em 18 de Dezembro de 1921,disputou-se o primeiro jogo intenacional da selecção portuguesa,em Madrid,contra a Espanha.O encontro,de carácter particular,teve lugar no campo do Atlético de Madrid e os portugueses perderam por 3-1.Da selecção nacional faziam parte três jogadores do Benfica,os primeiros internacionais do clube,a saber:Vítor Gonçalves,António Ribeiro dos Reis e Alberto Augusto,que marcaria o golo de Portugal.
António Ribeiro dos Reis tinha chegado ao Benfica oriundo da equipa escolar do Liceu Pedro Nunes,na época de 1912-13,juntando-se a Cândido de Oliveira,vindo da Casa Pia,a cujo clube,mais tarde,haveria de regressar.Estamos perante duas referências obrigatórias da história do clube e do futebol português.Cândido de Oliveira substituiu Cosme Damião como capitão da equipa de honra e António Ribeiro dos Reis,depois de uma brilhante carreira como futebolista,perpetuou a ligação ao seu clube de sempre,como técnico e como dirigente(Presidente da AG de 1940 a 1944 e de 1948 a 1956).A sua acção como jornalista foi decisiva para a credibilização do futebol em Portugal e para o sucesso da sua representação no exterior.A ele se deve a fundação do jornal A Bola em parceria com Cândido de Oliveira e Vicente de Melo.
Vítor Gonçalves,por seu turno,cedo se evidenciou como praticante e como dirigente.Jogador exigente e altamente disciplinado,chegou a capitão da equipa e da selecção nacional.
Entretanto fechava-se um importante ciclo na vida do clube.Cosme Damião,geralmente considerado o timoneiro da nau benfiquista nos seus primeiros anos de vida,afastou-se do elenco directivo na época de 1926-27,ele que já dez anos antes tinha abandonado os campos como praticante.
Os testemunhos são o que são e parecem não deixar dúvidas.Cândido de Oliveira não hesitou em afirmar que«Cosme Damião fez do Benfica o maior clube português»."Médio-centro da equipa de honra,treinador,director,conselheiro e até caixa de todos os jogadores que não tinham vintém",tudo isso foi Cosme Damião,na opinião de Cândido de Oliveira.
Para o Capitão Júlio Ribeiro da Costa,que presidiu aos destinos do clube em 1938-39 e foi sócio nº1,Cosme Damião foi "a alma do Benfica".
Pela dignidade,entusiasmo e dedicação com que sempre pautou a sua actividade,Cosme foi talvez o mais respeitado dos dirigentes benfiquistas nos decisivos anos da sua fundação e consolidação.
Porque não terá Cosme Damião,com tal presença na vida do clube,chegado a presidente do Benfica?O antigo atleta e dirigente Germano Campos arriscou uma explicação:"Talvez porque,como presidente,não poderia acompanhar tudo tão de perto,teria que manter uma certa distância,o que não ia com o feitio dele".
Agora,digo eu:«A história de um grande clube,faz-se todos os dias,nas vitórias e nas derrotas,com as boas e as más administrações.Mas é muito gratificante ler os pergaminhos e constatar a grandeza de um Clube como o Glorioso!"
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