No último artigo publicado no blogue da Casa do Benfica, falámos do nosso emblema, a sua forma, como resultou da fusão de duas associações desportivas, mantendo as características de cada uma delas, transformando-se no símbolo de uma grande nação clubista, o Glorioso Sport Lisboa e Benfica. Vamos agora tentar dar algumas dicas da forma como foram formados alguns dos clubes portugueses e a razão do timbre que os caracteriza. Como sabem, o Football Association, origem do tipo de futebol que hoje se pratica, foi fundado em Inglaterra, no ano de 1863. (na América, este tipo de jogo chama-se Soccer). Depois dessa data, foi difundido para todo o mundo, alterando-se naturalmente as regras iniciais. Em Portugal, o futebol foi trazido no final do século XIX por jovens que estudavam em Londres e também por trabalhadores ingleses que na época procediam à montagem do cabo telegráfico submarino. Em Outubro de 1888, realizou-se o 1º jogo de futebol, por iniciativa dos irmãos Pinto Basto. De imediato começaram a surgir associações dedicadas a este desporto, que rapidamente ganhou muitos adeptos. A primeira foi o Club Lisbonense, seguida do Real Ginásio Club e Carcavelos Club. Nesta altura, notava-se que duas partes distintas organizavam os seus clubes: a aristocracia, donde provinham os tais estudantes de Londres, e a classe trabalhadora, formada por operários ingleses do cabo submarino e alunos da Real Casa Pia. Dos primeiros, “gente de boas famílias”, como reza a história, foram fundadores, entre outros, José Roquete e José Stromp, tendo sido escolhido para presidente a título honorífico, o Visconde de Alvalade. (tudo gente do povo, como se vê!) A escolha do símbolo do novo clube, não foi complicada. Simplesmente adoptaram o brasão da família Alvalade, encimando-o apenas com as letras SCP. “ No inicio do século XX, em Belém, alguns rapazes, oriundos das melhores famílias do bairro, reuniam-se para jogar futebol. Era o chamado “Grupo dos Catataus, composto pelos irmãos Rosa Rodrigues e amigos, aos quais se juntaram antigos alunos da Real Casa Pia. Após um jogo bem sucedido, entenderam que só com jogadores portugueses se podia formar um grande clube. O nome foi escolhido: Grupo Sport Lisboa e as cores, vermelho e branco por comunicarem alegria, colorido e vivacidade na luta desportiva; o emblema, desenhado com base na águia, por ser uma ave altaneira, símbolo da elevação de propósitos e do espírito de iniciativa do Clube; escolheu-se também a divisa “E Pluribus Unum” como apologia da união e do espírito de família que caracterizou a criação do Clube.” (texto retirado da Wikipédia). A primeira sede (mais propriamente, local de reuniões) estava instalada no prédio da Farmácia Franco, em Belém. (curiosamente, esta Farmácia está de certo modo ligada a Condeixa pois era pertença da família de D. Elsa Franco Sotto Mayor, que Condeixa homenageou dando o seu nome a uma das mais concorridas artérias da urbe). Durante o verão de 1908, iniciaram-se os contactos com Sport Club Benfica, agremiação vocacionada para o Ciclismo e Atletismo. Da união que daí resultou, como já foi dito, a aposição da roda de bicicleta ao Emblema, como actualmente se apresenta. No Porto, também o futebol chegou através de “gente fina” da colónia (?) inglesa e do Oporto Cricket. O Boavista, teve como principais impulsionadores, familiares do Marquês de Sá. E aqui reside uma particularidade que faz com que Condeixa esteja de algum modo, associada ao facto. Ao entrar na nossa Igreja Matriz, depara-se com uma tribuna gradeada, do lado do Evangelho, fazendo parte da Capela dos Viscondes de Alverca. A cobrir a referida grade, está um pano preto, no centro do qual se encontra o escudo de armas dos Marqueses de Sá, familiares da Casa Alverca. Olhando atentamente, repara-se na semelhança deste escudo com o emblema do Boavista: escudo de xadrez branco e preto com uma coluna central e coroa de Marquês a encimá-lo. Para a feitura do emblema do Boavista, apenas foi retirada a coluna e colocado sob a coroa o acrónimo B.F.C. Interessante, não é?
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