Crónica de um lampião, de Condeixa, em pleno estádio da Luz.
9 da manhã, Condeixa - Acordo, isto é, salto da cama (mal fechei os olhos com a ansiedade), tomo um duche, enrolo o cachecol e saio à rua. Está sol. E sinto uma felicidade rara, um furacão de contentamento de quem ainda se está a aperceber que afinal, afinal vou. Afinal vou ao jogo que vale a época. E vou mesmo. As ruas parecem bonitas, o planeta é belo. Desço até ao café, onde fiquei de me encontrar com amigos que estavam a chegar. As pessoas que se cruzam comigo(e com o vermelho que me abraça o pescoço) lançam-me luminosos sorrisos, erguem o polegar e não raras vezes vociferam "Boa sorte" ou "é hoje". Há carros que apitam.
11 horas - Frente à praça de Condeixa, juntam-se os Benfiquistas. Partimos em peregrinação. Confiança ilimitada na conquista do campeonato.
14 horas, Lisboa- Já vemos o estádio ali à frente. E só dá gajos vestidos de vermelho. Parecem cogumelos. Estacionamos o carro. É impressionante a quantidade de pessoas que aqui estão.
14 horas, Lisboa- Já vemos o estádio ali à frente. E só dá gajos vestidos de vermelho. Parecem cogumelos. Estacionamos o carro. É impressionante a quantidade de pessoas que aqui estão.
17.30 horas - Lentamente o nervosismo aumenta, claro. O estádio já está cheio. Olho para as bancadas e fico assustado com a quantidade de vermelho, cartazes e animação que vejo. Começamos a fazer muito barulho. Porra. Só cantam. Umas atrás das outras. Esta merda vai começar e tenho que me acalmar.
18,00 - Começa o jogo. Confusão na área. Está ali o Cardozo, AS REDES ABANAM E É GOLO! Bem, aqui eu não sei bem, acho que mando um salto. Estou fora de mim. Abraço todos os que estão a meu lado. Acho que nem grito "golo" porque a euforia me corta a capacidade de articular sílabas. Só berro qualquer coisa. Já estou como o outro: não há orgasmo que se compare a isto. O jogo vai evoluindo, expulsão do jogador do Rio Ave. O estádio está em apoteose. O Benfica vai controlando, mas não mata o jogo.
Intervalo. Tento acalmar-me. Estamos a 45 minutos do título.
Novo golo do Benfica. Abracei-me aos amigos, vamos lá ganhar esta merda. "Vamos ganhar, e ser campeões", diz-me um alguém ao meu lado. E volta a dizer o mesmo. Outra vez. E mais uma vez. O estádio até parece tremer. Fico calado minutos a fio. Já não sei se sinto nervosismo, ansiedade ou depressão. Estou sentado, calado que nem um rato, as mãos na cabeça, o coração a 320 batidas por minuto. O jogo acaba. Acho que abraço toda a gente e toda a gente me abraça e que tenho os braços no ar e que tento gritar qualquer coisa mas que não consigo porque já não tenho voz e então limito-me a saltar que nem um cavalo. SOMOS CAMPEÕES!
00.00 - Chegamos a Condeixa, para em conjunto, e na Casa do Benfica, darmos largas à nossa alegria e terminarmos a noite em GLÓRIA.
Para finalizar, este dia, 09 de Maio de 2010, ficará para sempre na minha memória, o Benfica conquistou o seu 32º título de Campeão Nacional. Não me vou alongar em grandes detalhes, pois melhor que dizer é sentir e neste momento partilho o sentimento de enorme alegria de todos os benfiquistas, sem dúvida que ser benfiquista é bom, muito, muito, muito bom.
PS. - Agradeço, não sendo natural de Condeixa, a forma como me acolheram e me fizeram sentir "um de vós". Obrigado. Viva o Benfica.
Para finalizar, este dia, 09 de Maio de 2010, ficará para sempre na minha memória, o Benfica conquistou o seu 32º título de Campeão Nacional. Não me vou alongar em grandes detalhes, pois melhor que dizer é sentir e neste momento partilho o sentimento de enorme alegria de todos os benfiquistas, sem dúvida que ser benfiquista é bom, muito, muito, muito bom.
PS. - Agradeço, não sendo natural de Condeixa, a forma como me acolheram e me fizeram sentir "um de vós". Obrigado. Viva o Benfica.
Alexandre Miguel
1 comentário:
Caros amigos,
estou convosco desde que o Zé Manel mandou a primeira marretada na parede que ocupava a (agora) sala da nossa Casa. A vida por vezes obriga-nos a afastar (fisicamente) dos amigos, dos companheiros de luta, e até mesmo da família. Mas não é por isso que deixo de sentir e partilhar todos estes momentos convosco. E se não vos acompanhei ao jogo do título foi apenas porque não estava em Portugal. Estou distante mas sempre aqui...
Um grande abraço,
Bruno Martins
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